segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Anotação #1

Anotação #1 – Em primeiro lugar: coloque uma moeda sob a língua do cadáver, para pagar o tradutor pela viagem.

Traduzir: trasladar de uma língua para outra, transportar, transferir, verter (transbordar em significados). É também conduzir, no sentido de guiar, acompanhar, orientar, sempre em cortesia. Admirar: Experimentar sentimento de admiração por; Extasiar-se diante de; Ter ou sentir admiração a si mesmo; Ter ou sentir admiração recíproca. Logo, uma espécie de narcisismo?

Odorico Mendes (1799 – 1864) traduziu a Ilíada (sua tradução – a primeira da obra em português, é um marco da tradução criativa para=); Haroldo e Augusto de Campos (os poetas da transcriação), traduziram Ezra Pound, John Donne e Maiakovski; Cecília Meireles traduziu Virginia Woolf, Dickens e Rilke; Drummond traduziu Balzac, Proust, Molière e Garcia Lorca; Ivan Junqueira traduziu Proust, Borges, Dylan Thomas, T.S. Eliot e Baudelaire, Camus e Sheakespeare; José Paulo Paes traduziu Auden, Dickens, Rilke, Poe e Willian Carlos Williams; Leminski traduziu Bashô, John Fante e John Lennon; Ana Cristina César traduziu Sylvia Plath e Katherine Mansfield; Antonio Houaiss traduziu Joyce; Remy Gorga Filho traduziu Cortázar e Gabriel Garcia Marques; Modesto Carone traduziu Kafka.

[Para o escritor] Não seria a tradução uma forma de criar para si um background, uma estratégia de aproximação e convivência com autores e/ou livros essenciais que, ligados a seu nome e à sua própria obra, pudessem constituir uma espécie de cenário [panorama/teatro] para a sua produção pessoal. Traduzir pode ser também [quem sabe?], a possibilidade de entendimento entre tradutor e leitor. Leminski dizia que buscava na tradução seu próprio contentamento, acreditando que, a partir disso, poderia despertar o interesse e, por ventura, a alegria de algum leitor.

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